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O dinheiro faz o mundo girar?

O princípio do fim: A pessoa joga com o dinheiro, abre uma conta bancária, deposita dinheiro, recebe juros de poupança, mas não pergunta o que o banco faz com o dinheiro. A pessoa pede dinheiro emprestado ao banco; não pergunta qual a sua origem; paga juros de crédito. O banco trabalha com dinheiro: quita e concebe empréstimos; não importa o que o cliente faz com o dinheiro; o banco joga, lava, especula, ganha e perde, aposta, investe, cria um produto novo, engana, falsifica balanços, paga bónus, compra, vende, fica na bancarrota, é salvo, ganha e perde novamente. A pessoa quer sempre mais.

Pessoas. Planeta. Lucro.

 O país precisa de novos banqueiros

Abordamos o tema DINHEIRO no ar. Sentados naquele que é considerado o assassino do meio ambiente, e conscientes que para esta edição cada um de nós dois está a contribuir para o aquecimento da atmosfera com mais 1,2 toneladas de CO2, partimos em viagem num Airbus 320 de Lisboa para Berlim. A revista ECO123 leva na bagagem um convite para a conferência anual da Aliança Global por um Sistema Bancário com Valores (GABV)(1). Queremos descobrir de que forma os banqueiros sustentáveis querem mudar a economia mundial para melhor. Dois bilhetes de avião de Lisboa a Berlim e de regresso a Faro, no entanto, pesam na nossa pegada ecológica individual. Em média, por ano, cada europeu polui a atmosfera com 10 toneladas de CO2. Isso corresponde a, por cada pessoa e ano, sete toneladas de gases a mais emitidos. Se quiséssemos ainda atingir o objectivo da ONU de restringir o aumento da temperatura a só “mais dois graus”, cada um de nós teria de emitir somente três toneladas de dióxido de carbono por ano. A mobilidade sustentável estaria em sintonia com a desaceleração do aquecimento global. A implementação do novo sistema ferroviário europeu de alta velocidade (TVG) poderia levar-nos numa noite de Lisboa a Paris e Berlim, mas falta dinheiro. É isso o que nos traz a este tema.

 *A Aliança Global por um Sistema Bancário com Valores (GABV) é uma confederação mundial formada por bancos do Continente Africano, da Ásia, Austrália, Europa e América Latina e do Norte. Entre os membros incluem-se fornecedores de serviços de microfinanças em mercados emergentes, cooperativas de crédito, bancos comunitários e cooperativas bancárias a operar de forma sustentável, que financiam empresas sociais, ecológicas e culturais. www.gabv.org

 

O Mundo é um Casino

Com a constante acumulação de empréstimos a um enorme potencial de dívida, começou em Setembro de 2008 uma crise financeira, bancária e monetária, que até hoje afecta Portugal, a Europa e o mundo. Muitas famílias estão endividadas, empresas comerciais, cidades e municípios, países inteiros e, por fim, os próprios bancos sistemicamente importantes. Cada um pede DINHEIRO emprestado ao outro. No entanto, os fracassos económicos e as catástrofes ecológicas não ocorrem apenas nos EUA(2) e na Europa, mas em qualquer lugar ao redor do planeta, e a crise não começou só a partir do ano 2008. Desde crise financeira num lado, bancos insolventes no outro, empresas de comércio na bancarrota, até municípios insolventes e endividados, fundos de reforma e sociais vazios, clientes consumidores falidos, êxodo rural, desemprego: uma crise persegue a outra. Mas a principal razão de cada crise económica está na contração de dívida. Não que nós vivamos só acima das nossas possibilidades. Pouco a pouco fica claro qual é exactamente a doença do sistema. O DINHEIRO que hoje é empurrado para a frente e para trás de Nova Iorque para Londres e até Singapura e globalmente, apenas conhece um único barómetro – o do lucro: mais e mais DINHEIRO. Será que os banqueiros visam apenas a multiplicação do dinheiro, ou existirá algo como uma ética económica, que determina o modo como trabalham? Serão apenas saqueados os recursos naturais, e assim impulsionadas as especulações, ou existirá algo como uma instituição bancária nova, baseada em valores e ecológica? A grande acumulação de pobreza em muitas pessoas e a enorme riqueza em poucos grandes bancos, especuladores e hedge funds [fundos de cobertura] alimenta o barril de pólvora social. A crise financeira que começou em 2008 persiste e cresce cada vez mais ao ponto de crise sistémica. Por isso, uma grande parte do público aguarda ainda hoje que as práticas dos bancos mudem e que reajam adequadamente aos desafios sociais, ecológicos e económicos. A economia de dívida global é a explicação da bancarrota de uma economia ganaciosa e dos seus bancos de financiamento.

 O antropólogo americano David Graeber no seu livro “Dívida – Os primeiros 5000 anos”(3) sustenta a tese que toda a mudança no sistema, toda a derrocada e toda a revolução começa com dívidas não pagas.
 ** 477 falências de bancos nos EUA entre 2008-2013, www.start-trading.de/blog/liste-der-pleitebanken-usa
 *** Edição original em inglês: Dept. The first 5.ooo Years, Melville House New York 2011, Edição alemã: Schulden. Die ersten 5000 Jahre, Klett-Cotta, Stuttgart 2012, Bestseller

A nossa investigação começa em Berlim, na neve e no gelo com uma temperatura de menos 13 graus Celsius. Os dois jornalistas da ECO123 apanham a linha 2 do Metro para a estação de Mohrenstraße até ao Centro de Congressos Axica, Pariser Platz 3, 10117 Berlim. É aqui a sede do DZ Bank alemão com centro de congressos e reuniões, localizado entre as embaixadas britânica e americana. À porta fica o Portão de Brandemburgo, e as embaixadas russa e francesa nas proximidades. Deparamo-nos com um excelente endereço para uma conferência bancária internacional: bilhete normal para a conferência: 360 Euros, instituições de caridade – 220 Euros, estudantes – 80 Euros. Há 300 participantes de todo o mundo. A imprensa não paga. A congresso anual da GABV começa com uma conferência de imprensa.

Grafic Sustainable Banking

O que aprendemos com a crise financeira, bancária e monetária? Perguntamos se os bancos e os fundos de cobertura precisam de novas regras para os seus casinos ou se o legislador deveria ir mais longe e fechar os casinos? Peter Blom, presidente da GABV e também presidente do banco holandês Triodos (Zeist/Utrecht) responde que o mundo precisa de um sistema bancário saudável. Este deve, no entanto, basear-se em valores éticos: na transparência, sustentabilidade e na diversidade de muitos pequenos bancos regionais. A GABV tem como objectivo a promoção e o financiamento de projectos e processos económicos sustentáveis. O dinheiro deve estar lá para as pessoas. As negociações em alta frequência com os seus perigos potenciais, sem benefícios sociais, deviam ser proibidas.

pressekonferenz GABVA conferência de imprensa tem lugar na filial do banco GLS em Berlim, em Schumannstraße 10, 10117 Berlim, a 150 metros de distância do Centro de Congressos. São 10h00. Na mesa estão sentados Christof Lützel (à direita), o porta-voz de imprensa do banco cooperativo alemão GLS, Peter Blom (à esquerda), e Thomas Jorberg, presidente do executivo apresenta. Um colega da agência noticiosa Reuters e mais dois colegas jornalistas freelancer juntam-se a nós dois jornalistas de Portugal. De certa forma incomodava-me que na conferência de imprensa de um congresso bancário internacional na capital alemã estivessem apenas presentes cinco jornalistas. No dia seguinte fomos à procura de informações nos jornais diários. Mas em vão. Também as televisões e as estações de rádio ignoram o tema.

Peter Blom: “Quando em 2006 pensámos em fundar uma federação mundial, estávamos longe de imaginar que em 2008 viria uma crise financeira. A Aliança Global foi fundada em 2009 na Holanda. Na altura convocámos todos os nossos bancos amigos em todo o mundo. Inicialmente eram apenas nove bancos. Mas nós queríamos apelar aos líderes. Bancos que se ocupam de valores. Naturalmente que quando falamos de bancos pode-se sempre dizer que são valores financeiros. Também o são. Mas para nós havia uma questão que era importante: como podemos criar valores na sociedade, ajudar as pessoas e empresas e promover o seu desenvolvimento sustentável? O banco sustentável não é apenas algo para a Europa. Por isso começámos a nível mundial. O banco sustentável também se pode fazer no Bangladesh, na Mongólia e em África. Actualmente temos 22 membros e administramos 66 mil milhões de euros em activos. Existem ainda muitos outros que se querem juntar a nós. Mas estamos à procura de modelos. Mas isso não significa que, por exemplo no Canadá onde já temos três bancos membros, vamos buscar mais cinco ou dez. Nós vamos crescer mundialmente, para até 50 a 60 membros. Precisamos também de novos banqueiros, de banqueiros sustentáveis. Ainda não existem muitos. Temos que formá-los. Queremos ser uma fonte de inspiração, especialmente também para os clientes para que eles saibam que nós existimos. Bancos sustentáveis nos quais podem realizar as suas mais normais transacções bancárias. Há muita coisa que tem que mudar no mundo da banca e para isso nós queremos dar o nosso contributo.”

ECO123: Que significa sustentabilidade no sector bancário, e que temas fundamentais estão no topo da lista dos bancos GABV na concessão de empréstimos?

Thomas Jorberg: Agricultura ecológica, produção de energias regenerativas, mobilidade sustentável entre outros. Precisamos de uma mudança cultural, não só nos bancos mas também no consumidor. Este deverá nomeadamente perguntar aos bancos o que fazem exactamente com o seu dinheiro (…) Se queremos mudar alguma coisa na nossa sociedade, necessitamos de uma mudança sistémica e cultural. Porque o sistema de tomada de decisão no sector financeiro baseia-se exclusivamente no princípio de que se eles têm uma duração comparável e um risco comparável, e a oferta uma vez tem dois por cento e outra três, então a decisão é quase pré-determinada. E depois não ocorre a responsabilidade pelas questões sociais, organizativas e ecológicas. Por isso eu chamo a actividade bancária normal de irresponsabilidade sistémica organizada. E isso tem que mudar, se nós quisermos alterar algo na nossa sociedade. Isso significa que no sistema de tomada de decisão as questões têm que ser integradas de forma social, ecológica e organizativa. Tem que mudar quer do lado dos bancos, quer do lado dos clientes. Para isso o legislador pode criar as condições de enquadramento necessárias. A outra são as mudanças na cultura. De momento temos no sector bancário uma cultura criada em hostilidade. A partir desta cultura os bancos fazem os regulamentos para os seus clientes, que impedem que surjam danos. No entanto, a verdadeira questão é ainda como é que eu mantenho a minha relação com os meus clientes. Os bancos normais acham que as taxas de juros são o potencial, o negócio principal de um banco. Isso é falso. A taxa de juros não é nem mesmo o preço total. Uma parte das taxas de juros passamos do mutuário para o depositante. A margem é o preço. O serviço real de um banco é garantir que o dinheiro flui para onde ele é realmente necessário na sociedade. E essa é uma questão de cultura. Hoje em dia os banqueiros não levantam essa questão.

O objectivo principal de um banco reduz-se infelizmente apenas ao nível da taxa de juro e não à partilha do lado activo e passivo de um banco. A formação da relação entre o banco e o cliente individual é o primeiro nível. O segundo é tornar possível, pelo menos na consciência, a relação entre clientes que precisam de dinheiro e clientes que o investem.”

ECO123: Tem algumas ideias sobre como se poderiam resolver os problemas económicos de Portugal?

Peter Blom: Vemos que na Península Ibérica estão a surgir muitos novos projectos. A agricultura biológica, por exemplo, mas também a energia solar. A bolha do imobiliário é um tema de ontem. Encontramos jovens bem formados. Portugal e Espanha vão passar por esta fase económica difícil e no final terão sucesso no nível sustentável. Eu vejo um futuro real, onde e quando as pessoas trabalham em conjunto. Isso é um movimento que vem de baixo e cresce.

 ECO123: Existe algum banco em Portugal que receberia como parceiro?

Peter Blom: Para ser honesto, não. Nem em Portugal, nem em Espanha. Lá os bancos cooperativos atravessam uma fase muito difícil. Isso não tem nada a ver com o trabalho bancário sólido e sustentável.

 ECO123: O dinheiro faz girar o mundo. Pode a sustentabilidade justificar juros de três, cinco ou dez por cento?

Peter Blom: O dinheiro deve fazer o mundo girar e não o contrário, ou seja o dinheiro girar em torno do mundo. Pelo menos deve tornar possível o negócio. Quão altos ou baixos devem ser os juros? Depende muito do local da situação. Nós ganhamos como banco em gestão do risco. Temos pessoas, profissionais que precisam ter uma vida. Esse é o preço da banca. Mas tem que ser justo e transparente, uma condição muito importante na banca.

peter-lammert rede GABVMinhas senhoras e meus senhores… O congresso da Global Alliance for Banking on Values começa com o discurso de abertura do presidente do Parlamento alemão. O orador é Dr. Norbert Lammert do partido do governo, os democratas cristãos conservadores. Os políticos podem discursar bem, especialmente se tiverem uma retórica bem treinada. O presidente do Parlamento tem uma excelente arte de falar. É muito aplaudido pelo público. Fala 45 minutos e deseja todo o sucesso ao congresso. De vez em quando ele transmite o quão impotente a política de um parlamento acompanha o mundo financeiro e bancário que em segundos movimenta somas avultadas pelo mundo inteiro. Entre os partidos no próprio país, e na disputa entre países da UE, o rumo da ação política restringe-se à reação às crises. Com toda a agitação global, a prevenção do caos e a diplomacia de viagens estava em primeiro plano das conferências semanais, cujos resultados amanhã (infelizmente) novamente eram obsoletos …

 

 

Quando a última árvore for arrancada, o último rio for poluído, o último peixe for pescado, só então se irá perceber que não se pode comer dinheiro.

A ganância por mais e mais

sedlacekProgresso? Onde? Porquê tudo tem que crescer constantemente? “Na economia do desejo a modéstia é abolida” (IN “In the economics of desire, sufficiency is abolished”, 2nd part, page 272, german edition) escreve o economista checo Tomáš Sedláček (36), autor do bestseller “A economia do bem e do mal”***. No seu livro descreve o estado como o desejo cresce nas pessoas. Estar constantemente insatisfeito e querer sempre mais é o seu fenómeno natural. “Podemos mesmo dizer que a insatisfação é o motor do progresso e a capitalização do mercado. No nosso desejo constante de querer mais e mais, temos sacrificado o nosso prazer pelo trabalho. Nós queremos demais e por isso trabalhamos muito. Somos de longe a civilização mais rica de todos os tempos, mas estamos tão longe da palavra suficiente ou da satisfação como no passado primitivo distante. Resumindo tudo numa frase: se nós não tivéssemos que aumentar constantemente a qualquer custo o PIB e a produtividade, também não teríamos que trabalhar demais constantemente com o suor do nosso rosto…”

Sedláček, bolseiro da Universidade de Yale e um dos principais oradores do congresso bancário, identifica o problema da banca actual em definir correctamente as taxas de juros, como o mal real tanto ético como matemático. Se os banqueiros entendessem como as taxas de juros deveriam ser correctamente calculadas, a bancarrota da Grécia teria sido apenas um negócio como habitual“. Assim, ele compara o trabalho dos banqueiros de emprestar DINHEIRO e de determinar a taxa de juro, com ida ao bar à Sexta-feira e beber cerveja, aguardente e vinho. É de salientar que os juros estão sempre numa viagem através do tempo. Portanto, em que se assemelham o DINHEIRO e o álcool? Em breve as pessoas vão perceber que com o consumo de álcool poderiam dançar e até cantar. O álcool iria emprestar-lhes uma grande quantidade de energia. Com o excesso de álcool saberíamos bem de experiência própria que no dia seguinte teríamos uma ressaca. Isso poderia ser calculado com exactidão e gerido no fim-de-semana. Aliás, com o álcool também se poderia fazer uma viagem através do tempo. A energia da manhã de Sábado teria já sido dissipada na Sexta à noite.

Numa bebedeira na noite de Domingo e numa ressaca na segunda de manhã a situação já seria bem diferente, o que não seria muito inteligente, e especialmente não é recomendado para iniciantes. Mas com o álcool duas características seria diferentes. Saberíamos que a ressaca está associada a dor de cabeça, e aproximadamente quanto tempo iria durar.

Sedláček diz para o público: “Agora imaginem que as dores de cabeça vinham em intervalos irregulares. Eles sentavam-se num bar na Sexta à noite e ingeriam grandes quantidades de álcool, dançavam e cantavam, mas não poderiam prever quando é que a ressaca iria bater à porta? Talvez no Domingo à noite olhassem para o relógio e exclamassem: raios, eu ainda não tive a minha ressaca! E se ela surgisse talvez bem mais tarde na quarta ao meio dia a caminho do trabalho, antes de uma reunião de negócios importante? Certamente iriam ser bem mais cuidadosos com o álcool, não acham? Nos produtos financeiros e num prazo de 40 anos, também nós nunca poderíamos dizer se o reembolso integral seria feito no caso de um incumprimento. E porque nós não podemos prever o futuro e também não podemos calcular o futuro com os melhores economistas e matemáticos, não estaremos em posição de poder prever as crises económicas”.

Então como os banqueiros podiam resolver o problema? O que sem falta deviam incluir nos seus cálculos seria a consciência de que fazem comércio com energia de alta potência que eles não podem influenciar. Mesmo no século XXI ninguém poderia calcular as taxas de juro correctas sobre os produtos bancários num longo período de tempo. O futuro é imprevisível: a taxa de inflação assim como a quantidade do produto interno bruto. Tomáš Sedláček, consultor económico do ex-presidente Checo Vaclav Havel, economista-chefe do maior banco checo CZOB e docente da Carls-Universität em Praga conclui a sua comunicação no congresso da GABV com as palavras: “Nós não devemos olhar para a economia como se para um corpo neutro, como os físicos fazem. Um mundo financeiro e bancário sem um sistema de valores éticos não funciona. Deixem-nos nadar contra a corrente e limpar o sistema bancário.”

(4) Economics of Good and Evil. The Quest for Economic Meaning from Gilgamesh to WallStreet; New York, Oxfort University Press 2011; Edição alemã Carl Hanser Verlag München 2012, Página 274

Que fazem dois jornalistas num congresso bancário na sua pausa para o almoço? Eles colocam-se numa longa fila, tiram comida do buffet, comem de pé e discutem soluções.

Um pergunta ao outro: Por que Portugal tem 185 mil milhões de dívidas?
O outro responde: Porque nós nunca estamos satisfeitos com nada e nunca estaremos. Estamos convencidos que a satisfação das nossas necessidades nos traria a felicidade.
Diz o primeiro: Falso. Porque quanto mais temos, mais ainda queremos ter. Financiado pelo crédito. Assim surgem as dívidas. Trabalhar e pagar? Ah, fazemos isso amanhã. Temos mesmo que liquidar as dívidas?
O segundo: Boa pergunta. Nós compramos coisas que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar pessoas de quem não gostamos. Dúvido que sejamos verdadeiramente felizes e livres, com quanto mais ganharmos e possuirmos.
O primeiro: Possuirmos? Na verdade, o meu portátil pertence ao banco. Todos se queixam das drásticas medidas de austeridade. O cálice passa-se a todos. (expressão da biblia. IN: Let everyone be spared this fate .DE: Der Kelch möge an jedem vorbeigereicht werden.) Tu bebias água se te oferecessem vinho? A pessoa é agora gananciosa e insaciável por natureza. Quando o banco te oferece dinheiro para comprar um computador, um carro ou um telemóvel, tu aceitas. Ou não?
O segundo: Compras um pedaço de lixo e terás outro grátis. Tudo tem que ser barato, não importa quanto um trabalhdor na China recebeu por isso.
O primeiro: As causas da nossa crise de dívida estão em nós nos termos esquecido de porquê vivemos. Estamos convencidos que o consumo saceia-nos completamente. No entanto, provou-se que é exactamente o contrário. O consumo é como uma droga.
O segundo: O que está errado na sociedade, está errado também na economia. Todos os dias somos bombardeados com notícias e novelas, que nos contam histórias de ganância, avareza e egoísmo, e que nos ensinam que elas fazem parte da vida. Normas e valores culturais, contudo, não significam nada.
O primeiro: Na verdade, devemos estar gratos pelo que temos, porque temos muita coisa. A terra é um paraíso. Com temas e histórias destas os jornalistas não ganham dinheiro nenhum. Talvez por isso sejamos os únicos aqui?
O segundo: Muito bem. Então essa é a nossa chance.

 Transformando o mundo.

wendyluhabeA Dra. Wendy Luhabe (55) viajou da África do Sul para Berlim. Ela é uma das poucas economistas mulheres estabelecidas no seu país. A ex-gerente da BMW-Africa do Sul e mestre iniciou o primeiro fundo de investimento privado para mulheres de negócios sul-africanas: o Women Investment Portfolio Holdings. Com um volume financeiro de 120 milhões de rands (cerca de 10 milhões), financia formação e ideias de negócios tidas por mulheres. A ECO123 falou com ela sobre o novo papel da mulheres na economia e na banca.

(A entrevista completa e outras estão disponíveis em www.eco123.info/eco-tv)

ECO123: Fale-nos da sua história pessoal de sucesso na África do Sul.
Wendy Luhabe: Quando a África do Sul se tornou numa democracia, eu fui inspirada a observar como as mulheres podiam participar nas mudanças económicas. Criámos uma empresa de investimento e durante dois anos viajámos pelo país, educando mulheres sobre a economia e sobre como se tornarem investidoras na sua própria área. Estávamos a organizar 18.000 mulheres para se tornarem investidoras. Este foi um exemplo muito bem sucedido, que inspirou não só outras mulheres na África do Sul a encontrarem a confiança para participarem na economia, mas também para se tornarem empreendedoras em diferentes áreas da economia. Temos agora mulheres que são empreendedoras no minério, em diferentes sectores da economia, algo que há 20 anos atrás, antes de a África do Sul se ter tornado numa democracia, não existia. Entendemos que é uma iniciativa pioneira e um exemplo de algo que não foi ainda feito em mais nenhum lugar do mundo. Estamos extremamente orgulhosos da iniciativa e gostaríamos que as mulheres de outras partes do mundo aprendessem como podem criar algo similar no seu próprio país.

ECO123: As mulheres podem então fazer algo diferente e melhor que os homens?
Wendy Luhabe: Não creio que seja uma questão de fazer algo diferente e melhor que os homens. Penso que é fazer com que as mulheres façam parte da equação; da liderança, da tomada de decisões, de serem guardiãs e fornecendo administração dos recursos que estão disponíveis no mundo. De momento existe uma desigualdade porque os homens só têm uma agenda, que assumiu a maioria das responsabilidades e podemos ver que isto não é sustentável. Precisamos fazer uso do capital humano que existe no mundo porque todos nós existimos aqui por tempo limitado – e, portanto, se não fizermos uso do potencial que cada um de nós representa – será sempre uma meia solução. Se o encararmos como uma solução holística, temos que incluir homens e mulheres. Se avançarmos no século XXI, iremos conscientemente criar oportunidades para as mulheres participarem em papéis de tomada de decisão: para podermos ter mulheres como líderes de países, temos apenas poucas como presidentes. Nós não sabemos o que aconteceria se as mulheres governassem o mundo, como seria o mundo se as mulheres estivesses no comando.

ECO123Como a África do Sul resolve as suas problemáticas entre a ecologia e a economia, por exemplo na criação dos postos de trabalho?
Wendy Luhabe: Nós temos desafios semelhantes aos do resto do mundo. Temos elevados níveis de desemprego e o que temos vindo a fazer nos últimos 20 anos e no que eu tenho estado envolvida é em promover o empreendedorismo social. Ele cria uma cultura na sociedade onde as pessoas constituem empresas que são lucrativas – e ao mesmo tempo, empresas que estão a responder aos desafios sociais. A meu ver, é mesmo esta a solução. Nós temos que criar uma revolução entre a próxima geração de jovens, que não segue apenas o modelo capitalista que não responde ao desafio social, combinando a ideia de fazer lucro com a ideia do investimento social.

Muito obrigado.

O Dr. Simon Kagugube, presidente do Centenary Bank de Kampala (Uganda) é um dos 300 participantes no congresso da GABV. Estão presentes não só banqueiros e economistas dos EUA, Canadá, El Salvador, Bolívia, Perú, Suíça, Itália, França, Noruega, Dinamarca, Alemanha, Grã-Bretanha, Uganda, África do Sul, Mongólia, Bangladesh e Austrália, mas também funcionários de projectos de ONG’s, investigadores de todas as disciplinas de reconhecidas universidades de elite e professores e seus alunos. O público sobre a cúpula de vidro do edíficio das conferências é colorido. O sol fraco sobre Berlim ilumina o elegante Simon Gagugube: cabelo curto grisalho, fato escuro, camisa branca com gravata e pulover com um cachecol escuro em pele de camelo. Ele toma a palavra. É conciso e diz tudo numa frase: “Juntos temos que provar que o que estamos a fazer é melhor e depois vamos compartilhá-lo com todos os outros de fora.“ Ele estava convencido que os negócios bancários têm que ocorrer na base dos valores ecológicos e culturais. Nós vamos partilhar os nossos conhecimentos, aprender uns com os outros e cooperar internacionalmente. Cultura cooperativa. Após os workshops e discussões os participantes do congresso chegam a este consenso.

 Do EGO-Sistema para o ECO-Sistema

No ano 2010, o volume das negociações em bolsa mundiais era de 1.500 bilhões de dólares americanos. O valor total do comércio internacional, no entanto, era só de 20 mil milhões de dólares americanos. Menos de 1,4 por cento das transacções de divisas tinha uma relação directa com a economia real. Adicionando os investimentos directos estrangeiros no comércio, chegamos aos cinco por cento. 95 por cento eram transacções que não satisfaziam nem um objectivo económico, nem um objectivo social razoável, refere o Dr. Otto Scharmer(5) no congresso da GABV. Por isso, a ecologia ainda não é tida em conta.

O Antropósofo doutorado em Economia e Gestão pela Universidade de Herdecke, Alemanha, é co-fundador do Massachusetts Institute of Technology (a sabedoria colectiva molda o negócio) e vice-presidente do Global Agenda Council no Fórum Económico Mundial em Geneve. Ele reconhece como um dos pré-requisitos para solucionar a crise financeira, que os banqueiros comecem a aprender a deixar ir. A sua estratégia de solução: sair do EGO-Sistema para o ECO-Sistema.

Scharmer analisa perante o congresso a dissociação dos sectores financeiros e bancários internacionais da economia real, que resultou na crise financeira dos anos 1980 na América Latina, na crise financeira asiática dos anos 1990, na crise dos novos mercados do ano 2000 e da crise financeira global de 2008. Apesar das muitas facetas diferentes que revelaram esta crise, estaria sempre subjacente o mesmo problema: a crescente dissociação do mundo financeiro da economia real. Na sua análise, Scharmer observa no total oito áreas problemáticas existenciais (chamadas de dissociação) num mundo que é cada vez mais global e em mudança radical.

Uma economia que trabalha segundo velhos paradigmas e que só está orientada para o lucro linear, opera com um impacto ecológico de 1,5 planetas num planeta Terra com uma capacidade reduzida de regeneração. Isso leva também a um dilema social. 2,5 mil milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza. Isso alimenta constantemente o barril de pólvora social. Nos Estados Unidos a percentagem mais rica da população possui uma fortuna maior do que os 90 por cento da classe baixa.

Um outro problema grave é que muitos líderes da política, economia e sociedade já não entendem as realidades da vida das pessoas. Eles ignoram que o Produto Interno Bruto nos países industrializados já não conduz mais ao bem estar e à qualidade de vida. (ver ECO123, edição 1,)

O sexto: dissocição apresenta déficits graves nos processos de tomada de decisão. As instituições democráticas ignoram centenas de milhões de pessoas em temas como as condições de vida e futuro. O resgate de bancos sistemicamente importantes, companhias de seguros e países com dinheiro dos contribuintes foi apenas uma destas decisões.

A questão da propriedade cria uma outra dissociação: entre a propriedade privada e a do Estado falta um terceiro conceito social de propriedade no direito internacional, o de proteger o bem comum como a floresta tropical, as águas subterrâneas, oceanos, o solo, o ártico e o antártico, da superexploração. A oitava dissociação diz respeito ao tema tecnologia. Os gastos com a pesquisa e desenvolvimento não estão ainda orientados em satisfazer as necessidades das pessoas e das comunidades, e não se concentram nos problemas reais existentes.

* Dr. C. Otto Scharmer, Massachusetts Institute of Technology (MIT) – livro actual “Theory U”

 A Declaração De Berlim

No seu discurso de encerramento, o congresso do GABV pediu aos legisladores para que os bancos se comprometam a fornecer transparência total nos seus modelos de negócio, bem como no uso do dinheiro; para que documentem as consequências sociais e ecológicas das instituições bancárias com base em indicadores de regulamentação obrigatórios; que a diversidade dos bancos (regionais) como único e importante objectivo na nova regulamentação do sistema bancário (mundial) seja determinada. Adeus Berlim. No regresso a Portugal, coloca-se a questão de qual será em Portugal o primeiro banco com um modelo de negócio sustentável e quando ele irá surgir. No próximo ano, o GABV terá lugar em Melbourne, Austrália. De barco estariamos lá em seis semanas…

O fim do princípio: A pessoa trabalha, ganha dinheiro, abre uma conta bancária, deposita dinheiro, recebe juros, pergunta o que o banco faz com o dinheiro. A pessoa pede DINHEIRO emprestado ao banco e pergunta de onde ele vem, paga juros do crédito. O banco trabalha com dinheiro: quita, empresta; o banco pergunta ao cliente o que faz com o dinheiro; o banco investe; ganha, gasta e oferece dinheiro, cria produtos financeiros sociais e ecológicos, financia o trabalho e o ambiente. A pessoa assume a responsabilidade.

Entrevista – Peter Blom

peter-blomECO123: Como pode a banca sustentável mudar o mundo?
Peter Blom: A meu ver, nós precisamos de dinheiro para mudar a nossa economia para mudar o nosso mundo. Só podemos financiar a mudança mudando as finanças.

 

ECO123: Quais os três primeiros passos para mudar o mundo bancário?
Peter Blom: Primeiro temos que conquistar a confiança das pessoas através da transparência. Segundo, os bancos têm que esclarecer de que forma eles querem contribuir para a sociedade, como contribuir para um planeta melhor e para uma vida melhor das pessoas, através da sustentabilidade. Terceiro, nós não vamos mudar o mundo com alguns bancos grandes, demasiado grandes para caírem. Assim sendo, precisamos de diversidade. Os bancos têm de estar próximos das pessoas e precisam perceber as necessidades das pessoas através da diversidade. Temos que reconcertarmo-nos com as pessoas, nos nossos bairros, nos seus sectores de trabalho.

ECO123:Observando os países do sul da Europa, como Itália, Espanha e Portugal. No seu ponto de vista, como a situação nestes países pode mudar?
Peter Blom:O que eu vejo é um forte sentido de comunidade. Vemos que um grande número de pessoas quer uma mudança, mas as mudanças têm que vir de baixo. O banco Triodos tem uma filial em Espanha. É aí que o banco sustentável desempenha o seu papel e onde podemos facilitar. Juntos nós podemos fazer isso. Essa é a diferença – fazer coisas pelo país. O velho sistema não pode facilitar. Estão demasiado ocupados a limpar os estragos que deixaram. A abordagem de baixo para cima é realmente importante.

ECO123: O GABV já conta com 22 bancos. Disse que já existem mais alguns bancos em espera. Existe algum potencial candidato do sul da Europa – como Portugal, por exemplo – para participar no GABV?
Peter Blom:Temos operações em Itália e Espanha, mas em Portugal ainda não. Há uma iniciativa prevista para Portugal. O país irá precisar dela. Se um banco do género viesse a ser iniciado em Portugal, seria muito bem recebido no clube do Aliança Global.

Entrevista – Thomas Jorberg

thomas-jobergECO123: O GLS conta já com 143.000 clientes e um volume de negócios de 2,7 mil milhões de euros. Trata-se de um banco que cresceu bem nos últimos 25 anos. Onde quer o banco ainda chegar?
Thomas Jorberg: De facto, de momento estamos a crescer com muita força. Nós temos um aumento instantâneo de 2000 para 2500 clientes por mês e vamos continuar a crescer nos próximos anos. A demanda por uma banca sócio-ecológica está lá.

ECO123: Onde vai estar o GLS daqui a cinco anos?
Thomas Jorberg: Nós vemos o desenvolvimento que temos tido nos últimos anos, e vemos que isso vai continuar a taxas de cerca de 20 por cento. Estamos a viver ainda mais uma dinamização.
ECO123: O GLS de Bochum tem filiais em Berlim, Hamburgo, Frankfurt, Estugarda, Freiburgo e Munique. Vão manter-se como um banco alemão, ou já estão a pensar em abrir filiais em outros países da Europa?
Thomas Jorberg:Nós somos um banco cooperativo. A nossa política de negócio é querer estar próximos dos clientes. Nesta medida, a Alemanha é a nossa área de negócio. Também temos clientes do estrangeiro, que têm os seus depósitos connosco. Empréstimos fazemos raramente. Fazemo-lo, então, em cooperação com outros membros da Aliança Global.

ECO123: Um cliente de Portugal também pode abrir uma conta no vosso banco na Alemanha?
É claro. Nós temos clientes de Portugal, Espanha e França, e muitos na Áustria.

Veja também: Change Makers no ECO TV

Os Changemakers:
As histórias por detrás dos bancos baseados em valores que transformam o mundo.

bankmecuaustraliaBANKMECU
Melbourne,Austrália.

O Women’s Property Iniatives (WPI) coloca habitação segura a longo prazo à disposição de mulheres e os seus filhos – muitos deles conseguem assim escapar à violência doméstica. O BANKMECU financiou o WPI desde 2009 com cerca de 3,4 mil milhões de dólares. Isso permitiu que a 110 mulheres e crianças fosse fornecido alojamento a preços acessíveis.

 

 

 

 

absschweizABS – ALTERNATIVE BANK SCHWEIZ AG

O Hotel Marta pertence ao Frauenhotel AG Zürich e oferece dez postos de trabalho para mulheres com problemas psíquicos. O hotel trabalha de forma sustentável e prova que é possível ter sucesso e afirmar-se no mercado como empresa social. Para o ABS como banco comercial social do hotel, a aprendizagem diária faz parte do negócio: Como funcionarão os projectos ecológicos e sociais no futuro?

 

 

 

 

bancapopolareitaliaBANCA POPOLARE ETICA
Messina, Itália.

Trabalho social na Sicília, que tem diariamente de defender-se da presença da mafia. A reintegração de antigos delinquentes da psiquiatria forense no quotidiano através de medidas de educação, formação e trabalhos manuais e iniciativas culturais. Os projectos da Messina Community Foundation, serão financiados com transparência pela Banca Popolare Etica, e acompanhados pelaa OCDE, UNOPS E WHO.

 

 

 

 

bancosolboliviaBANCOSOL
La Paz, Bolívia.

David Santos Condori Sarco trabalhava numa alfaiataria que pertencia a uma empresa coreana. O salário mal chegava para o sustento da família. Foi assim que David pensou tornar-se empreendedor. O BANCOSOL ajuda clientes através de um programa especial, informações e microcrédito, sem burocracias e rápido. David Sarco possui hoje a sua própria alfaiataria junto com a mulher.

 

 

 

 

creditcooperatiffrancaCrédit Coopératif
França.

Transparência, solidariedade, respeito humano & compromisso com uma sociedade mais justa: o Groupe SOS começou em 1984 com trabalho social contra as drogas & HIV, habitação e trabalho. Em 44 empresas sociais, foi dado trabalho em 2001 a cerca de 10.000 colaboradores em mais de 300 hospitais, postos de enfermagem e lares de idosos e crianças, o que ajudou mais de 1 milhão de pessoas. O CRÉDIT COOPÉRATIF é o banco parceiro do Groupe SOS.

 

 

 

 

culturabanknoruegaCultura Bank
Noruega

2004: começou em Oslo a Kolonihagen Distribution & Maaemo como produtora e distribuidora de frutas/legumes cultivados organicamente & produtos de pastelaria. Têm 10 clientes e empacotam os cestos na cozinha. Em 2007 abriram a padaria, em 2009 o seu café e em 2010 o restaurante gourmet. O CULTURA BANK financia esta empresa em crescimento. Em 2013 dispõem de 1.300 clientes, o restaurante tem 2 estrelas Michelin.

 

 

 

 

triodosbankhollandaTriodos Bank
Holanda/Grã Bretanha Bristol

Together é um projecto de ex-reclusos que não conseguiam trabalho em lado nenhum. Foi então que o Jim teve a ideia de uma Companhia de Interesse da Comunidade, que compra casas em ruínas em leilões, restaura e volta a vendê-las.
O TRIODOS BANK da Holanda esteve com eles desde o início e financiou a iniciação da firma, que tem agora seguidores noutras partes da Grã-Bretanha.

 

 

 

 

centenarybankugandaCentenary Bank
Kampala, Uganda

A Mpanga Growers Tea Factory no Uganda Ocidental é desde a independência em 1966 um dos quatro antigos produtores de chá do estado. Em 1995 a produtora de chá foi privatizada e todos os trabalhadores puderam participar financeiramente dela. Graças ao CENTENARY BANK e a um crédito de 7,5 mil milhões de euros, a Mpanga tornou-se numa das maiores produtoras de chá do Uganda e fornece 4.700 colaboradores em cerca de 800 famílias.

 

 

 

 

bracbankbangladeshBRAC Bank
Bangladesh

Em Faridpur, Mustafa Bepara produz colchões e sofás em fibra de coco. Mustafa aprendeu com o tio artesanato, negócios, gestão, a procura e manutenção de parceiros e relações comerciais. O BRAC Bank apoia Mustafa desde 2006 com vários empréstimos e com formação na DANIDA Business-To-Business Netzwerk. As suas fibras naturais substituem o plástico e a espuma.

firstgreenbankeuaFirst Green Bank
Florida, USA

King Grove, fundada em 1874, no coração da Florida, é uma exploração agrícola que já vai na sua 4ª geração. Até então activa na produção de citrinos e no desenvolvimento de habitações, quer agora investir na produção sustentável de laranjas, pêssegos, amoras, etc.
O FIRST GREEN BANK obteve a sua licença como banco algumas semanas depois do início da crise financeira em 2008, e começou imediatamente o financiamento para a geração de energia solar.

vancitycanadaVancity • Victoria, Britisch Columbia, Canadá

Financiou o arranque do Songhees, um centro comunitário único com uma escola. Onde outros bancos recuaram no crédito dos 18 milhões de dólares de custos de construção, os banqueiros da VANCITY reconsideraram e discutiram ao longo de cinco anos todas as opções de financiamento, até que encontraram uma solução, porque onde há uma vontade há sempre um caminho possível. O reembolso está associado a futuras restituições de impostos.

 

 

 

 

 

glsbankGLS Bank
Alemanha

Max Göbel sempre quis fundar um infantário e, entretanto, encontrou perto de Berlim o Jägerhof, um antigo Património Mundial pela UNESCO no Glienicke Park. Uma vez que Banco GLS financia projectos de educação, cultura e saúde, bem como agricultura biológica, projectos de energias renováveis e habitação, chegou-se a um acordo e a conversão foi realizada.

 

 

 

 

About the author

Uwe Heitkamp, 53 anos, jornalista e realizador, vive 25 anos em Monchique, Portugal. Adore caminhadas na montanha e natação nas ribeiras e barragens. Escreve e conte histórias sobre os humanos em relação com a ecologia e a economia. Pense que ambas devem ser entendido em conjunto. O seu actual filme “Herdeiros da Revolução” conta durante 60 minutos a história de uma longa caminhada, que atravessa Portugal. Dez protagonistas desenham um relatório da sua vida na serra e no interior do país. O filme mostra profundas impressões entre a beleza da natureza e a vida humana. Qual será o caminho para o futuro de Portugal? (Assine já o ECO123 e receberá o filme na Mediateca)

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