Caso 3
Aldeias do Xisto
Designa-se por vernacular a arquitectura que recorre a materiais e recursos do território em que a edificação é construída, tendo os projectos resultantes um carácter sustentável, integrando-se na paisagem natural e possuindo um forte carácter local ou regional. Em Portugal, um dos seus exemplos mais notáveis é a construção em xisto. Apesar deste tipo de construções encontrar-se por todo o país (sendo grande parte do território continental rico nesta rocha), é particularmente evidente no Centro, nas regiões beirãs.
Sendo áreas profundamente afectadas pela migração de populações para os grandes centros urbanos e pela desertificação do território, vários concelhos da Beira Litoral (1) e Interior (2) começaram a assistir ao desaparecimento de muitas das suas pequenas comunidades rurais. E, com elas, não só a arquitectura tradicional em xisto mas toda uma enorme riqueza etnográfica.
Em 2001, pela acção da CCDRC – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (3), e com recurso a fundos comunitários , começou a implementação do Programa das Aldeias do Xisto. Este iniciou com 24 aldeias de 14 concelhos da Região Centro, tendo agora 27 aldeias de 16 concelhos.
O ponto de partida foram as candidaturas das aldeias ao Programa, através das suas Câmaras Municipais. Cada Câmara elaborou ‘Planos de Aldeia’, um documento de trabalho resultante de um estudo aprofundado da aldeia, da sua envolvente e população. Os ‘Planos de Aldeia’ permitiram definir linhas de actuação no terreno, para assegurar o desenvolvimento da área intervencionada. Isto implicava desde a instalação de infra-estruturas básicas (saneamento, abastecimento de água e electricidade), até à requalificação de espaços e imóveis públicos, ou ainda de imóveis privados. Disto resultou uma recuperação de património construído e de espaços comunitários, uma efectiva melhoria das condições de vida dos habitantes locais e a criação de espaços de preservação e renovação cultural.
Embora o património arquitectónico de todas estas comunidades seja o elemento de ligação e identidade do projecto, o âmbito e objectivos da sua intervenção são muito mais vastos. O Programa melhorou as qualificações dos habitantes das aldeias e agentes económicos da região, através de acções de formação profissional. Mas também assegurou a promoção de produtos locais e a animação turística das aldeias. Todas estas valências, conjugadas com o propósito do aproveitamento turístico do território, levaram à criação da marca ‘Aldeias do Xisto’. Esta promove as áreas intervencionadas como destino turístico de qualidade e distinto da oferta nacional neste sector.
Nas ‘Aldeias do Xisto’ é possível descobrir a imensa riqueza natural e etnográfica do Centro do país, seja na gastronomia, cultura ou património, seja no desporto e convívio com a natureza. Por exemplo, existe um extenso leque de praias fluviais com áreas de lazer intervencionadas (4), muitas delas próximas de locais onde se pode saborear alguns dos melhores pratos da região. Tudo acompanhado de magníficas paisagens naturais. Ao passear por aldeias restauradas, é perfeitamente possível deparar com jogos tradicionais ou espectáculos.
Através do Programa das Aldeias do Xisto, foi possível recuperar e preservar uma riqueza cultural inagualável, mas também assegurar a melhoria das condições de vida das populações locais. Aliado à criação de riqueza e emprego, isto permite estabelecer bases que assegurem a vida e dinâmica destas regiões no futuro.
www.pt.wikipedia.org/wiki/Rede_das_Aldeias_de_Xisto
Contactos:
ADXTUR- Agência de Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto
Casa Grande – Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto
6230-137 Barroca
Tel.: (+351) 275 647 700
Tlm.: (+351) 960 101 873
Email: info@aldeiasdoxisto.pt
Web: www.aldeiasdoxisto.pt
Na produção deste artigo não houve emissão de CO 2.