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Microplásticos vão ser proibidos na UE

Sábado, dia 30 de setembro de 2023.

Em 2020, cada português produziu, em média, cerca de 40 kg de resíduos de embalagens de plástico. Este valor coloca Portugal entre os primeiros na UE. Como mostra a infografia do Statista, apenas a Irlanda (62 kg), a Hungria (47 kg), a Alemanha (40 kg) e a Estónia (40 kg) produzem mais ou a mesma quantidade de resíduos por habitante. De acordo com os dados do Eurostat, Grécia, Chipre e a Croácia são os países que produzem menos resíduos de plástico per capita.

O tratamento de resíduos é uma das questões ambientais mais importantes a nível mundial – e os resíduos de plástico, que são difíceis ou impossíveis de degradar, desempenham um papel cada vez mais central. De dez a 20 anos. Este é o tempo que um saco de compras demora a decompor-se por completo no mar. A situação é ainda mais dramática no caso das garrafas PET: são necessários cerca de 450 anos para que as garrafas de plástico se decomponham na água e se depositem no fundo do mar sob a forma de microplástico.

Se os resíduos de plástico não forem corretamente eliminados ou reciclados, acabam frequentemente nos oceanos, através dos rios e de outros cursos de água. Os rios, particularmente em África e na Ásia, têm uma elevada densidade de resíduos plásticos. Mas também os rios portugueses arrastam, todos os anos, milhares de quilos para o Oceano Atlântico. Assim, todos os anos morrem inúmeros animais marinhos por causa do impacto dos resíduos plásticos nos oceanos e nas praias do país. A elevada percentagem de plástico mal eliminado contribui para um aumento constante da quantidade de resíduos nos oceanos.

Segundo o Eurostat, os resíduos de embalagens acumulados num Estado-Membro correspondem à quantidade de embalagens colocadas no mercado desse Estado-Membro no mesmo ano. “Embalagem”, de acordo com a definição do  Eurostat, inclui todos os produtos feitos de qualquer tipo ou material (neste caso, plástico) utilizados para o armazenamento, proteção, manuseamento, entrega e apresentação de mercadorias, desde a matéria-prima até ao produto transformado, do produtor até ao utilizador ou ao consumidor. As embalagens incluem também artigos “descartáveis” utilizados para o mesmo fim.

A propósito de microplásticos. A sua venda, em vários sectores, está agora a ser gradualmente proibida na União Europeia. As novas regras da Comissão Europeia vão proibir a venda de microplásticos enquanto tal, assim como de produtos aos quais estes tenham sido adicionados e que possa ser libertados durante a sua utilização. Esta informação provém de um comunicado da autoridade de Bruxelas divulgado esta segunda-feira. A proibição incide sobre, por exemplo, granulados em instalações desportivas, cosméticos como “peelings” ou “glitter”, bem como brinquedos e produtos fitofarmacêuticos. As medidas devem ser aplicadas gradualmente: a proibição de microesferas e de purpurinas soltas, por exemplo, será aplicada a partir de 15 de outubro; noutros casos, a proibição de venda entrará em vigor, gradualmente, nos próximos anos.

Uwe Heitkamp (62)

jornalista de televisão formado, autor de livros e botânico por hobby, pai de dois filhos adultos, conhece Portugal há 30 anos, fundador da ECO123.
Traduções: Dina Adão, John Elliot, Rudolfo Martins, Kathleen Becker
Photos:dpa

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