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Esses audazes homens e suas máquinas voadoras amarelas

Sábado, dia 21 de outubro de 2023. Esses audazes homens e suas máquinas voadoras aproximaram-se de mim pela primeira vez, numa terça-feira, 29 de agosto. Rasaram de tal forma que acabei salpicado com a água que largaram do ar – mais de 3.000 litros, com um peso de três toneladas. O visado não era certamente eu, mas os últimos resquícios de um incêndio florestal no topo da Picota, em Monchique, no sul de Portugal. Um gesto que me sensibilizou. Os pilotos haviam detetado um nicho de fogo, a partir do ar, e os bombeiros não conseguiam encontrar qualquer caminho para …

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A caminho do inferno
O que tem ainda de acontecer para que os governos europeus finalmente atuem?

O que tem ainda de acontecer para que os governos europeus finalmente atuem?

Sábado, dia 7 de outubro de 2023. O mundo caminha para uma encruzilhada – pouco a pouco, e como em câmara lenta. A cada ano faz cada vez mais calor, a cada ano chove um pouco menos. Depois, finalmente e de rompante, volta a chover, e copiosamente. O solo fértil, importante para a agricultura, é arrastado. Resta o entulho, pedras, rochas, lixo. No intervalo dos raros períodos de chuva, as florestas industriais de eucalipto e de outras espécies ardem e incendeiam assim florestas nativas, casas, carros… Em alguns casos, os incêndios florestais e as inundações também ceifam muitas vidas. Depois, …

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Microplásticos vão ser proibidos na UE

Sábado, dia 30 de setembro de 2023. Em 2020, cada português produziu, em média, cerca de 40 kg de resíduos de embalagens de plástico. Este valor coloca Portugal entre os primeiros na UE. Como mostra a infografia do Statista, apenas a Irlanda (62 kg), a Hungria (47 kg), a Alemanha (40 kg) e a Estónia (40 kg) produzem mais ou a mesma quantidade de resíduos por habitante. De acordo com os dados do Eurostat, Grécia, Chipre e a Croácia são os países que produzem menos resíduos de plástico per capita. O tratamento de resíduos é uma das questões ambientais mais …

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Que futuro para as cidades de hoje?

Sábado, dia 9 de setembro de 2023. Domingo, 3 de setembro. Conduzo o meu carro elétrico de São Brás de Alportel para Monchique, no Sul de Portugal. Às 22h54, assisto, de forma acidental e involuntária, a um tipo de espetáculo que pode apenas acontecer na escuridão da noite. Tenho de parar o meu carro atrás do camião do lixo da Câmara Municipal de Loulé, enquanto esvaziam um contentor de reciclagem na berma da estrada, para ser mais preciso… Um momento… … o que estão para ali a fazer? A ação desenrola-se em frente ao meu para-brisas em menos de três …

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À espera de Godot?

Sábado, dia 12 de agosto de 2023. Baiona, Alentejo. Um churrasco é a espoleta para este incêndio. Desta vez, um grelhador a carvão. Há um longo historial para as causas dos incêndios. Se ninguém provocou o incêndio, este não foi intencional e sim negligência grosseira, mas, em todo o caso, custa sempre uma fortuna. Os prejuízos ascendem a milhões, senão mesmo a milhares de milhões, se os bombeiros chegarem tarde demais. Se o fogo já está a lavrar há dias e devora as árvores das florestas. E, novamente, depende do tipo de florestas. O eucalipto, para a indústria do papel, …

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Uma nova e pequena floresta em Algoz

Sábado, dia 5 de agosto de 2023. Para variar, algo completamente diferente. No passado mês de março, a bióloga Sónia Soares realizou, no seu próprio jardim, um sonho há muito acalentado. Numa área de 100 m² (5m x 20m), plantou uma nova floresta, jovem e diversificada, com 19 espécies diferentes de árvores e plantas. Durante uma visita a Algoz, a ECO123 perguntou-lhe que motivos a levaram até aqui, que método seguiu e que custos teve. A plantação de pequenas florestas do tamanho de um campo de ténis, nas cidades e vilas, poderá ser o futuro das florestas nas zonas urbanas, …

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Somos apenas uma parte da natureza

Sábado, dia 22 de julho de 2023. O meu limoeiro está a tentar dizer-me algo: „olha para mim, tenho sede, as minhas raízes já não conseguem encontrar mais água.“ A minha figueira reage da mesma forma. As suas folhas tornam-se cada vez mais claras e caem depois no chão: por falta de água. Tudo está a secar. O grande pinheiro manso estende-me um tapete quase vermelho. No entanto, não me indica o tapete vermelho para Cannes, o festival de cinema. O tempo está cada vez mais quente e o pinheiro lança metade das suas agulhas a meus pés. Demasiado peso, …

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O reverdecimento do mundo

Sábado,dia 1 de julho de 2023. Esta história começa com a perda de florestas. O erro que se comete em Monchique (e não só)  é provavelmente o facto de a floresta, ou seja, a natureza, ser sempre vista como uma área comercial. Um investimento na floresta tem de trazer ganhos, dar lucro, senão, esse investimento não vale a pena. E isto refere-se não apenas no que diz respeito aos interesses financeiros, mas também em relação ao trabalho, que implica um investimento físico de horas, dias e semanas. Será a floresta, de facto, apenas uma área comercial, algo como uma fábrica …

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“Democracia e Prosperidade: Assim como vem, assim vai…”
Uma retrospetiva por Theobald Tiger

Uma retrospetiva por Theobald Tiger

Sábado, dia 17 de junho de 2023. Há pelo menos um entre 308 municípios de Portugal onde a democracia nunca foi totalmente pensada. Apesar de, no próximo ano, também em Monchique se celebrar o aniversário dos 50 anos da Revolução, prescreve uma promessa importante – nomeadamente a que dá forma à narrativa de um futuro melhor através da prosperidade. Porque prosperidade é precisamente a nobre palavra mágica e o estado de bem-estar que muitos cidadãos, (não só) em Monchique, esperavam da Revolução dos Cravos, em 1974, e da adesão à grande União Europeia, quando Portugal passou a dela fazer parte, …

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Os invasores, 3. parte

Sábado, dia 3 de junho de 2023. O êxodo rural e a escassez de água No terceiro dia, Lenz caminhou à volta de Monchique e regressou às Caldas. Tal como fazia todas as manhãs, começou por observar apuradamente a natureza, o que constituía parte integrante dos seus estudos de filosofia, e perguntou a si próprio que tipo de criaturas seriam as árvores? Elas bombeavam água e nutrientes a longas distâncias até às copas dos seus ramos e folhas. E não só. Transformavam o CO2 em oxigénio. Porque é que significavam tão pouco para os humanos? As árvores eram seres sociais …

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