O Instituto de Investigação para o Clima de Potsdam (PIK) é uma instituição de pesquisa científica conhecida além fronteiras e tem, atualmente, 365 cientistas de todo o mundo. A sua pesquisa para as alterações climáticas é interdisciplinar e procura encontrar soluções realistas. Para além das suas publicações em revistas científicas tem um papel consultivo para vários governos. Há quatro departamentos que estudam, respetivamente, sistemas terrestres (oceanos, atmosfera e biosfera), resiliência climática (impactos e adaptações às alterações climáticas), processos de transformação (riscos e desenvolvimento) e sistemas complexos (inteligência artificial, métodos e estratégias não lineares). A ECO123 publica aqui informações em colaboração com o PIK. Que estratégias existem para manter a subida da temperatura média abaixo dos 1,5°C?
Todos temos que viver mais conscientemente. A chave para a meta dos 1,5°C está no setor energético: por um lado, redução da procura e da mobilidade, por outro, na descarbonização da produção de energia. Isso significa na prática, por exemplo, deixar de andar de carro com motor de combustão e efetuar uma mudança de fornecedor de energia para um que seja democrático e verde, a www.coopernico.org, por exemplo. O custo até é menor e a eletricidade é 100% verde. E como reduzir a fatura ainda mais? A Coopérnico também tem uma linha de aconselhamento. Telefone: 213 461 803 ou 969 806 229.
Como posso começar a mitigar o meu impacto sobre o clima? Primeiro, olhando para mim próprio e deixando de apontar o dedo aos outros. Posso limitar, por exemplo, os quilómetros que ando de carro por semana, por mês ou por ano. Nos documentos do carro encontram-se os valores para as emissões. Ou na internet. No caso de um citadino, deve estar lá indicado um valor de cerca de 120 g/CO2 por km e, para um carro médio, 150 g/CO2 por km.
Nem vou referir os valores para um SUV ou um Jeep. São mais poluentes. O melhor é vender um carro desses ou deixá-lo ficar parado. Deveria estar na sucata. Se colocar o limite nos 1000 Kg/CO2 por ano para a mobilidade, no caso de ter um citadino, isso significará 8.333 km por ano. Ou seja, 160 km por semana. Para um carro médio já só são 6.666 km por ano ou 128 km por semana. Assim, consigo ter uma ideia da minha pegada ambiental e reduzi-la. Ao mesmo tempo procuro alternativas para a mobilidade. Talvez até possa fazer as compras com uma bicicleta elétrica? Na cidade há autocarros, metro ou então é possível fazer as deslocações para as compras ou para o teatro a pé.
Objetivo emissões ZERO
No Go? Todos os voos são maus para o clima. O que ainda me parece aceitável são: o autocarro de longo curso, o comboio e a partilha de viagens. É um adeus às viagens intercontinentais. Nas restantes viagens há, por exemplo, a possibilidade de partilhar o carro. Quando uso o meu carro, tento encontrar quem precise de uma boleia. Tanto dentro como fora do país. Um exemplo concreto. Vou e volto de Lisboa a Paris. O comboio nem sempre é barato. Procuro promoções na página da www.sncf.com. Se for no meu carro são 1.800 km para lá e mais 1.800 km para voltar. Multiplico os 3.600 km pelo valor das emissões, por exemplo com os 120 gr/CO2 km, e o resultado são 432 kg/CO2 para toda a viagem. Se levar mais duas pessoas até Paris reduzo os custos e as minhas emissões individuais passam a ser de 144 kg/CO2. Nada mau! A viagem de avião poderia significar 2.200 kg CO2. Que crime ambiental!
Não desistam, reflitam, falem com amigos, e pensem em cada viagem, se ela é mesmo necessária e amiga do clima. A ECO123 online tem todas as semanas novidades sobre a vida amiga do Ambiente. Porque o nosso objetivo é conseguir manter a subida da temperatura média abaixo dos 1,5°C. Boa viagem! O nosso próximo tema será a alimentação. Até breve…