A designação agricultura biológica é frequentemente utilizada para designar a produção de alimentos sem recorrer ao uso de produtos químicos sintéticos, como é o caso de fertilizantes e pesticidas. Para a Agrobio, a primeira organização orientada para a agricultura biológica, essa é apenas uma pequena parte, já que factores como a rotação de culturas, a ligação do homem à terra e a compreensão do ecossistema são igualmente importantes. Para a organização, esta forma de agricultura holística é o modo mais sustentável de produção alimentar, precisamente por “fazer a ponte entre o conhecimento do passado e a utilização sustentada da tecnologia”, …
Read More »Feltro, desde sempre na moda.
O feltro é um tecido 100% natural que se obtém compactando fios de lã pelo método de calandragem. Seja ela manual ou industrial, esta caracteriza-se pela utilização de rolos que comprimem as fibras e as agregam, formando um tecido sem realmente haver tecelagem. É uma forma ancestral de produção de roupa e acessórios de moda. Os primeiros vestígios da utilização de feltro remontam a 600 a. C., em Altai (Mongólia). Para compreendermos melhor o processo, e a sua viabilidade económica e ecológica, a ECO123 falou com Maria Custódio, artista e artesã que faz do feltro a sua forma de expressão. …
Read More »Urbes com novos rostos
Portugal, em todo o seu território – rural, urbano, interior, litoral – confronta-se com as marcas do passado recente. A aposta no mercado imobiliário e na construção (principalmente de imóveis residenciais), e no sector terciário da economia, deixou graves legados. Um dos mais evidentes e gravosos, será o abandono e degradação de uma quantidade gigantesca de espaços e construções. A cessação de muitas actividades produtivas do interior rural forçaram o quase ou efectivo desaparecimento de muitas comunidades. A construção descontrolada e desordenada de novas habitações nos grandes centros urbanos, principalmente nas periferias, concentraram multidões em comunidades descaracterizadas. Em simultâneo, sucede …
Read More »Desbravar caminho com inovação
António Ferreira é o empresário responsável pelo projecto turístico da Aldeia da Pedralva. Após doze anos a trabalhar em publicidade e planeamento estratégico, e estando um pouco “saturado daquele mundo desinteressante e de vender coisas que não eram precisas”, decidiu dar novo rumo à sua vida. Já conhecedor da região e do seu potencial turístico, ao visitar a Aldeia da Pedralva descobriu a oportunidade que procurava. Formou uma sociedade com quatro amigos, e avançaram com o projecto. E, como diz, “ainda aqui estamos”. ECO123:O que considera que são as mais-valias da recuperação inerente ao projecto da Aldeia da Pedralva? António …
Read More »Das pizzas ao slow-travel
Caso1 Aldeia da Pedralva Caminhamos por ruas onde o tradicional branco das fachadas reflecte a luz e o calor de um dia primaveril em Janeiro. Cruzamo-nos com um residente e diversos visitantes estrangeiros, que sem excepção nos cumprimentam com um sorriso e um “Bom dia” tão caloroso quanto o dia magnífico que está. Sentimos algo de genuíno, e custa-nos a acreditar que esta aldeia, há menos de uma década, estava em ruínas e tinha sete habitantes. Situada no concelho de Vila do Bispo, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (1) e a curta distância de algumas …
Read More »Uma nova ‘Zona Velha’
Caso 2 Zona Velha do Funchal Há 28 anos, começou o processo para recuperar parte de 500 anos de história do primeiro núcleo habitacional do Funchal, cidade símbolo nos Descobrimentos. Durante as décadas anteriores, a cidade crescera para Oeste, deixando para trás, em contínua degradação, parte da sua história: o núcleo de Santa Maria. Ou como é conhecido, a ‘Zona Velha’. Seis anos após a descoberta da Madeira (1419), instalavam-se a leste da baía os primeiros colonos, fundando a urbe Funchal. O núcleo de Santa Maria seria o ponto onde se erigiu a Igreja de Santa Maria do Calhau. Passados …
Read More »Renovar a alma da pedra
Caso 3 Aldeias do Xisto Designa-se por vernacular a arquitectura que recorre a materiais e recursos do território em que a edificação é construída, tendo os projectos resultantes um carácter sustentável, integrando-se na paisagem natural e possuindo um forte carácter local ou regional. Em Portugal, um dos seus exemplos mais notáveis é a construção em xisto. Apesar deste tipo de construções encontrar-se por todo o país (sendo grande parte do território continental rico nesta rocha), é particularmente evidente no Centro, nas regiões beirãs.
Read More »Projectar acções reais
Gil da Silva Canha é vereador na Câmara Municipal do Funchal com o pelouro das várias vertentes do Urbanismo, tutelando directamente este e outros projectos. ECO123: Como avalia o projecto de recuperação do Núcleo Histórico de Santa Maria? Gil da Silva Canha: Acho que fracassou, porque a recuperação de um núcleo histórico exige um plano geral de acção, e até hoje nunca foi feito um plano dessa natureza. O que se fez foram certas medidas avulsas pontuais.
Read More »Construir a alternativa
Caso 4 Fábrica de Alternativas Os efeitos da recuperação de um edifício prolongam-se muito para além da sua vertente física. Esta permite recriar relações sociais, trazer vida a espaços abandonados ou em decadência, gerar riqueza e dinâmica, trazer beleza para uma paisagem. E, no caso da Fábrica de Alternativas, essencialmente despertar consciências e ensinar modos alternativos de viver em comunidade. Situada no centro de Algés, em Lisboa, a Fábrica de Alternativas é um projecto em construção e constante transformação que dura há pouco mais de três meses. Iniciativa promovida pela Assembleia Popular de Algés, uma organização independente de cidadãos, a …
Read More »Ensinar a querer fazer
João Pestana é técnico de comunicação e informação aeronáutica. Após vinte anos a trabalhar nos Açores, regressou a Lisboa em 2011, envolvendo-se em diversos movimentos políticos, e acções de protesto, de cidadãos. Afirma-se como alguém “que não consegue estar parado”, e convicto da necessidade de mudança social. Foi um dos impulsionadores da Assembleia Popular de Algés (1), e participa na gestão comunitária de um dos projectos desta – a Fábrica de Alternativas. ECO123: Como surgiu a iniciativa da Fábrica de Alternativas? João Pestana: Nasceu da Assembleia Popular de Algés, que começou em Maio de 2013. E foi-se andando, até que chegou …
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