Por que temos que repensar a economia

Os livros realmente bons só podem reivindicar uma justificação para publicação quando os seus autores exploram tópicos, que, para nós, parecem ser irrefutável sabedoria gravada na pedra. Até recentemente, Pavan Sukhdev era gestor de topo num banco europeu. Depois tirou algum tempo para se focar nos temas ecológicos dentro da economia nas Nações Unidas. Terá ele escrito algo realmente novo em Corporação 2020?

Sim. O livro coloca com razão a questão: por que é que a forma jurídica de sociedade de responsabilidade limitada exclui a responsabilidade abrangente e completa. Sim, por que é que quando cada indivíduo é responsável pelas suas acções segundo o princípio poluidor-pagador: os pais são responsáveis pelos seus filhos e os adultos pelos seus créditos pessoais, acidentes e tudo mais que eles façam – excepto os banqueiros e políticos com responsabilidades governamentais, e também as sociedades limitadas. Por que é que as sociedades anónimas na Indonésia podem produzir óleo de palma contra todo o bom senso em plantações (Unilever, Procter & Gamble, Nestlé, etc) para o qual a floresta tropical tinha sido anteriormente cortada? Quem paga os custos externos (externalizados) para a destruição e a perda irreparável da floresta e as suas consequências ecológicas e sociais? Porquê uma companhia pode simplesmente extrair ouro, cobre, carvão, petróleo, etc do subsolo e lucrar com isso? O exemplo da BP e a catástrofe do petróleo no Golfo do México, em Prudhoe Bay no Alasca, etc. Como é que isso acontece e porquê? Neste livro, Pavan Sukhdev coloca questões fundamentais sobre esta forma de fazer negócio, de acordo com o princípio “Depois de mim o dilúvio” (remeter os custos para a natureza). Tudo é testado e analisado. Ele exige uma reforma abrangente do direito das sociedades, que envolva a inclusão dos custos externalizados (o consumo da natureza) nos balanços e uma nova lei na qual o estado aumenta impostos para o consumo dos recursos e emissões. Um livro para o futuro!

About the author

Uwe Heitkamp, 53 anos, jornalista e realizador, vive 25 anos em Monchique, Portugal. Adore caminhadas na montanha e natação nas ribeiras e barragens. Escreve e conte histórias sobre os humanos em relação com a ecologia e a economia. Pense que ambas devem ser entendido em conjunto. O seu actual filme “Herdeiros da Revolução” conta durante 60 minutos a história de uma longa caminhada, que atravessa Portugal. Dez protagonistas desenham um relatório da sua vida na serra e no interior do país. O filme mostra profundas impressões entre a beleza da natureza e a vida humana. Qual será o caminho para o futuro de Portugal? (Assine já o ECO123 e receberá o filme na Mediateca)