Já há muito que se alerta para a exaustão da produção industrial em larga escala – ameaçada por factores de ordem natural, social e ambiental. Os piores cenários obrigarão a esmagadora maioria da população a ter que alterar radicalmente o seu modo de vida. Os produtos petrolíferos, e seus derivados altamente poluentes, estão omnipresentes no quotidiano das grandes cidades. A haver uma ruptura, ocorrerá de forma brusca.
Foi com esta consciência que em 2011 se fundou o grupo Famalicão em Transição, afirma Manuela Araújo, principal dinamizadora de um grupo de voluntários que já vinha actuando em prol do ambiente.
Um grande número de pessoas está realmente à procura de soluções fora do sistema porque este não lhes garante condições de sobrevivência. E é sobretudo a parte psicológica e emocional que mais precisa de ser trabalhada num contexto de crise e de mudança. Isto pode ser uma oportunidade para que cada vez mais pessoas se questionem e questionem o sistema. Aqui as pessoas acreditam que não estão sozinhos afirma o engenheiro agrónomo Ricardo Ferreira.
Sendo ainda um grupo pequeno mas coeso, que rondará as vinte pessoas, não são ainda uma associação nem estão registados na transition network(1). Mas acreditam que a boa liderança é condição necessária para fazer com que as pessoas dêem o melhor de si. Os elementos de um grupo funcionam melhor se se aplicarem princípios do trabalho em equipa. O sucesso de uma organização deriva do colectivo, da organização horizontal e o vestir a camisola deve promover uma cultura de employeeship(2), um conceito ao qual estamos atentos mas ainda não vinculados.