Sábado, 20 de Junho de 2020
Ainda se recorda do primeiro voo à volta do mundo do avião elétrico SOLARIMPULSE 2? A ECO123 dedicou a este acontecimento uma reportagem exclusiva em 2016. Entrevistámos o piloto após a travessia do Atlântico, quando regressou à Europa e aterrou no Algarve. O SOLARIMPULSE 2 percorreu 40.000 km e teve permissão para sobrevoar zonas densamente habitadas. A dupla de pilotos suíços, André Borschberg e Bertrand Piccard, ficaram na história como os pioneiros da aviação elétrica. Aproveitaram a energia solar, fazendo todo o voo sem recurso a combustíveis fósseis, portanto sem emissões. O SOLARIMPULSE 2 voou cinco dias ininterruptamente a energia elétrica entre o Japão e o Havai. https://solarimpulse.com/por
Esse projeto, que nasceu no mesmo ano que a revista ECO123, vai agora entrar numa segunda fase, com objetivos comerciais. Até agora a missão do SOLARIMPULSE passou pela sensibilização da sociedade para a poupança dos recursos energéticos do planeta, o que implica também a introdução de tecnologias mais limpas e eficientes.
A motorização elétrica dos aviões traz novas soluções à mobilidade urbana, como por exemplo o recurso a táxis voadores para percorrer pequenas distâncias. Mundialmente, estão em curso mais de 100 projetos com o objetivo de compatibilizar a aviação com o dia-a-dia, entre eles alguns que possibilitam a descolagem e aterragem vertical e podem transportar quatro a oito passageiros entre as cidades.
Estas novas soluções para a aviação são mais limpas e silenciosas e podem ser realizadas com a tecnologia existente atualmente. O maior desafio não é a construção e utilização destes protótipos, mas sim a obtenção de uma certificação. O caminho a percorrer entre uma certificação provisória e uma certificação definitiva é longo. É aqui que entram a competência, a experiência e as soluções da jovem empresa suíça H55.
Postos de trabalho altamente qualificado
O objetivo é conseguir garantir um avião que reúna em si determinadas características: que seja silencioso, limpo e eficiente, economicamente viável e requeira pouca manutenção, sendo ao mesmo tempo flexível e multifacetado. Foi para esse projeto que, no ano passado, André Borschberg e a sua equipa (responsável pela análise detalhada do voo à volta do mundo) criaram a empresa H55. A sua sede é no Aeroporto de Sitten, no cantão Valais, Suíça, a cerca de duas horas de carro de Genebra. É aqui que desenvolvem esta nova tecnologia e que pretendem criar 50 a 100 novos postos de trabalho para a construção dos protótipos, realizar os testes necessários à certificação e arrancar com a primeira produção. Os primeiros motores elétricos estarão disponíveis a partir do início de 2022. O cantão de Valais garante um apoio de 5 milhões de francos suíços.
Revelando uma filosofia de visão para o futuro, o cantão aplicou 25 milhões de francos suíços num novo parque industrial focado em tecnologia inovadora, e que estará concluído em 2022. O objetivo desse projeto científico e económico é a criação de espaços para escritórios, laboratórios e produções. Não albergará só a H55. A Natron Energy, uma start-up da Califórnia, também irá iniciar a sua atividade aqui no desenvolvimento de baterias com elétrodos tipo Berliner Blau. Tanto a H55 como a Natron Energy trabalham intensamente no desenvolvimento de tecnologia para as energias renováveis, o foco da rede para a inovação neste parque industrial.
Quem se quiser candidatar como engenheiro, mecânico ou programador na H55 terá que dominar a língua inglesa e francesa, e combinar a suas capacidades técnicas de trabalho com um espírito criativo e inovador. A ECO123 recomenda o envio de uma candidatura por escrito com CV, para murielle.ramuz@h55.ch, mesmo a quem tenha acabado recentemente os seus estudos.
H55 S.A. • Gregory Blatt (Business Development) • Route Chandoline 25E • 1950 Sion • Switzerland • gregory.blatt@h55.ch • Telefon +s41 79 821 1929