Ainda que na Europa as algas tenham, de uma forma ou outra, estado sempre presentes na dieta das suas populações, devido à sua forte presença no Oceano Atlântico, este produto não tem sido, ainda assim, um alimento habitual na dieta dos portugueses. Nos últimos anos, porém, este superalimento tem vindo a ganhar espaço nas nossas mesas. Tal mudança não só é consequência da globalização cultural e velocidade de informação, como também surge da crescente preocupação das pessoas com a sua saúde, e consequentemente com a sua dieta.
São vários os benefícios conhecidos das algas, destacando-se o seu grande poder nutricional – e especificamente o elevado teor de cálcio, não sendo por isso incomum surgirem como alternativa ao leite. Igualmente apreciada nas algas, é a capacidade purificadora do sangue, sendo que uma das mais consumidas devido ao seu carácter único é a alga Kombu.
Tradicionalmente oriunda da Ásia desde 145 A.C., e presente em países tão díspares como China, Rússia, Tâsmania, Austrália e África do Sul, a alga Kombu é uma das mais ingeridas actualmente no ocidente. O seu sabor particular e característico não é dos mais comuns: não é doce, salgado, azedo ou ácido mas antes o menos conhecido sabor de todos, o umami. Esta é a palavra nipónica para “gosto saboroso e agradável”, proveniente dos receptores de sabor do ácido glutamático, naturalmente presente na Kombu.
Um dos países onde a utilização desta alga tem sido bastante comum desde há milénios é o Japão, cuja principal zona de cultivo (com 90% do total da produção mundial), é a ilha de Hokkaido. O seu prato tradicional é o dashi, sendo um dos seus ingredientes principais a alga Kombu, igualmente utillizada em alguns pratos de sashimi.
A nível nutricional, uma das mais valias desta alga é o seu grande teor de iodo, um nutriente preponderante na produção de hormonas e no mantimento do funcionamento normal da tiróide. O seu grande poder alcalino é também deveras valorizado aquando na cozedura de leguminosas. A introdução duma tira de Kombu assiste na decomposição das fibras de dificil digestão deste tipo de alimentos, facilitando igualmente na sua confecção.
Entre outros dos seus benefícios, contam-se a presença de vitamina C, assim como uma elevada concentração de ferro, ajudando este a aumentar a biodisponibilidade da vitamina C. Na prática isto traduz-se por uma maior eficácia do organismo na absorção desta vitamina específica.
Geralmente a Kombu é consumida na forma seca, aumentando desta forma o seu tempo de vida útil. Quando utilizada no seu estado seco, a Kombu deve ser demolhada durante cerca de 30 minutos a fim de facilitar o seu processo de confecção. É também habitual a inserção da alga em alguns pratos como substituto do sal, sobretudo em dietas para hipertensos.
Em Portugal, esta alga pode ser encontrada na maioria de lojas de alimentação natural ou mercados biológicos.
Deixe a alga de molho durante duas horas para amaciá-la. Corte em fatias. Doure a cebola em azeite numa panela, acrescente o shoyu e cozinhe alguns minutos. Junte a alga fatiada e cozinhe por mais quinze minutos.