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São Brás de Alportel investe na cultura

O Teatro Itinerante
São Brás de Alportel investe na cultura

São Brás de Alportel investe na cultura

Sábado, dia 1 de junho de 2024.

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Fiquei a conhecer o Luís Vicente* quando me visitou há meia eternidade nos Rotários de Almancil. Foi ele que teve a ideia do autocarro teatro. A Companhia de Teatro do Algarve – ACTA* tinha recebido um autocarro de dois andares (VATe) cuja a validade da IPO tinha expirado e que precisava urgentemente de ser restaurado. Mostrou-me o veículo na oficina em Olhão. Estava na plataforma elevatória, desmontado, e precisava de ser soldado e reforçado nas zonas de suporte. Consegui-lhe então os fundos necessários para restaurar o autocarro teatro. Tenho boas recordações desta colaboração significativa, porque o VATe* viajava para as escolas nas comunidades rurais do interior, onde as crianças não tinham nem um teatro nem um palco para passar o tempo de uma forma significativa. E quando digo teatro, refiro-me a este no sentido pedagógico, enquanto ponte de desenvolvimento de uma compreensão da cultura na província algarvia. A própria companhia ACTA está sediada no belo Teatro Lethes, em Faro.

* https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Vicente
* http://actateatro.org.pt/
* https://vate.com.pt/

 

Nada de festa de rua, nada de animação, nada de música pimba ensurdecedora. A minha colega Sofia Silva, assessora de imprensa da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, envia-me regularmente comunicados de imprensa. É diligente. Esta semana, por exemplo, informou-me, a mim e a muitos outros colegas, que o teatro itinerante está no topo da lista do presidente da câmara, Vítor Guerreiro (PS), e dos seus vereadores. Em 2024 e 2025, São Brás de Alportel assinou um contrato de desenvolvimento cultural com a ACTA, que apresentará seis peças de teatro 17 vezes ao longo de dois anos, no Cineteatro Jaime Pinto e no autocarro VATe nas escolas do concelho.

Esta parceria visa democratizar o acesso da população local à cultura, em pleno cumprimento do plano de apoio autárquico ao associativismo. Pretende igualmente apoiar a ACTA no cumprimento da missão de produção artística teatral para a população algarvia e contribuir para uma educação de qualidade entre os jovens que contactam com o trabalho desta companhia de teatro.

A Companhia de Teatro do Algarve é um grupo de teatro profissional. Foi fundada a 9 de fevereiro de 1995 e desde 1998 publica regularmente a revista de teatro ACTAs, que pretende ser, não só um “programa” de cada produção artística, como também um instrumento de reflexão artística e estética e, ocasionalmente, um recurso pedagógico por via da notícia.

Um dos projetos educativos é o Vamos Apanhar o Teatro (VATe). O autocarro, transformado em teatro itinerante, serve de palco, leva a cultura aos jovens dos vários concelhos algarvios e sensibiliza-os para vários temas da atualidade. É assim regularmente em São Brás de Alportel. Aconteceu recentemente em abril, com a apresentação da peça “A que cheira a liberdade?”, integrada no programa das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos em São Brás.

A ACTA tem recebido apoio sustentado da Direção-Geral das Artes desde 1998. Este apoio foi interrompido em 2023, criando ao grupo dificuldades de funcionamento e de continuidade do seu projeto e missão.

Sem cruzar os braços, a companhia apresenta um programa de reconhecida qualidade para os anos de 2024 e 2025, quer na oferta ao público em geral, quer no domínio do serviço educativo, que foi objeto de análise por parte da Câmara Municipal e que justifica um subsídio de 19.000 euros por parte do município de São Brás de Alportel.

“Suplicantes”; “Experiência”; “A que cheira a Liberdade?”; “Diálogo do Penitente e do Arrependido”; “As Cartas Ridículas do Senhor Fernando e os Suspiros Líricos da Menina Ofélia” são algumas das peças que a ACTA vai apresentar em São Brás de Alportel até 2025. Estou entusiasmado. Refresque os seus conhecimentos culturais e junte-se a nós.

P.S.: É pena que Monchique não tenha teatro e que a Casa do Povo esteja em ruínas…

Uwe Heitkamp (64)

jornalista de televisão formado, autor de livros e botânico por hobby, pai de dois filhos adultos, conhece Portugal há 30 anos, fundador da ECO123.
Traduções: Dina Adão, John Elliot, Patrícia Lara
Photos:Acta

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