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Reportagem

Vende-se

Horst adorava ir ao cinema. Mas mal tinha tempo, e muito menos dinheiro, para pagar o bilhete. A sua sorte era viver mesmo ao lado do cinema. No primeiro andar, por cima do seu bar, na sala, tinha um quadro emoldurado que tapava um buraco na parede e que funcionava como uma câmara obscura. Um dia, revelou-me o seu segredo. Piscando o olho retirou o quadro da parede, e mostrou-me o que se via pelo buraco. Foi assim que me contagiou com a paixão pelo mundo do cinema. E a assistir gratuitamente, já que, pelo buraco, se via a projeção …

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monocultura abacate

Monocultura – um modelo descontinuado

Fritjof Capra v. René Descartes A visão mecânica do mundo impõe um pensamento linear e matemático, como numa aula de Matemática de terceira classe: partindo do exemplo de uma área de cem vezes cem metros, que faz 10.000 metros quadrados, ou um hectare, em agricultura intensiva e industrial um agricultor produz aproximadamente dez toneladas de frutos. Este valor serve de medida para todos os restantes valores num plano de negócios. Permite calcular previamente os proveitos e permite mais facilmente aceder a subsídios da UE ou a créditos bancários. Portanto, a expetativa de rentabilidade dos investidores perante uma plantação de frutos …

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Volta à Terra

Volta à Terra

A minha árvore favorita na Lousã. Combinei encontrar-me com o realizador e operador de câmara João Pedro Plácido (39)* na estação de Coimbra. Tínhamos o objetivo de explorar em conjunto uma floresta na Serra de Lousã. Era nessas montanhas que pretendíamos voltar a encontrar uma imagem que marca as recordações da juventude do Pedro, uma árvore maravilhosa. Foi com 16 anos de idade que o Plácido fez uma caminhada pela serra até às aldeias de xisto, pelo percurso do Castelo da Lousã, passando pelo Talasnal (3 km), Vaqueirinho (2,5 km) e Catarredor (1,1 km). Estava a recolher ervas aromáticas. O …

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imigrante nepalês

A maldição do dinheiro

Qual a ligação entre um imigrante nepalês – trabalhador na empresa agroindustrial Vitacress (Grupo RAR) inglesa, belga e portuguesa; na Deutsche Gemüsering GmbH Stuttgart (alemã)*(4) ou noutra multinacional agroindustrial, no maior concelho do Alentejo, Odemira – e os incêndios florestais em Portugal? À primeira vista poderíamos pensar que não existe. Não há conexão e, quem a tentar fazer, fá-lo-á, possivelmente, por maldade. Porém, num mundo em que tudo está globalmente em rede e em que o capital para os investimentos pode ser transferido rapidamente de um país para o outro, as coisas não são assim tão lineares. Analisemos melhor toda …

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Waterman Rajendra Singh

Desacelerar, distribuir e deixar infiltrar a água da chuva

Secas, desertificação, ondas de calor, cheias: as consequências das alterações climáticas agravam-se com os desequilíbrios na gestão da água a nível mundial. Em alguns pontos do globo há agricultores, iniciativas e proprietários que enfrentam esta ameaça com medidas simples e locais – e com sucesso. Todos seguem sempre o mesmo princípio: onde a chuva cai é onde ela se deve infiltrar no solo. Descentralizar em vez de centralizar. Um dos casos de sucesso é Tamera, no concelho de Odemira, Alentejo. Todos os seres vivos precisam de água. A disponibilidade de água em quantidade suficiente numa paisagem é que a valoriza …

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As escolas em tempos de desertificação

As escolas em tempos de desertificação

Nas zonas remotas é reduzida a oferta escolar, muitas escolas fecham. Os alunos são “aglomerados”, e têm que enfrentar um caminho escolar mais longo, distanciando-se das suas famílias. A vida no campo ainda se torna menos atrativa para as jovens famílias com filhos. Mudam-se, e a população escolar ainda fica mais reduzida. Que fazer? É a questão que se colocam os coordenadores educativos, os diretores e os pais. No Alentejo, as crianças são verdadeiros artistas a transformar a sua personalidade. Por exemplo o José Manuel*, de 12 anos de idade. Na quinta dos pais é rapaz do campo, capaz de …

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Pedrogão Grande

Como parar os incêndios florestais?

Comecemos esta história com uma curta retrospetiva. Em 2003 o país foi afetado por uma das maiores vagas de calor de sempre. A zona Centro, entre Lisboa, Leiria e Coimbra, foi a mais atingida pelos fogos. Com temperaturas de 30 graus celsius, uma humidade relativa de 30% e ventos com mais de 30 quilómetros hora, tornava-se evidente o perigo de incêndio extremo. Um perigo acrescido para as zonas rurais, não cultivadas e abandonadas pelos agricultores. A vegetação seca transformava-se um barril de pólvora. Um quarto da área florestal do Pinhal de Leiria ardeu e morreram 21 pessoas. Voltemos ao presente …

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Terra Crua - Permaculture

TERRA CRUA
SEMENTES DE MUDANÇA

É uma empresa diferente que atua com base num modelo inovador de design ecológico. A Terra Crua concilia a engenharia com a arquitectura, o paisagismo com a ecologia e os princípios da permacultura. Um novo conceito de design que agrega princípios e estratégias que vão para além da sustentabilidade e que integra, num modelo holístico, a inovação, viabilidade económica e responsabilidade social e ambiental. Constituída como empresa há cerca de dois anos e meio, a Terra Crua disponibiliza vários serviços, consultoria, planeamento e gestão de projetos ecológicos regenerativos, mas a sua base vem de há cerca de nove anos atrás. …

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Monchique Mountain Marathon 2017

Caminhar ao encontro das amendoeiras em flor
Monchique Mountain Marathon 2017

Que distância é que ainda percorremos com o nosso corpo e sobre os nossos próprios pés? O Monchique Mountain Marathon 2017 é uma possibilidade para o demonstrar, podendo escolher entre doze percursos longos e curtos, caminhadas com guia entre o Natal e o Ano Novo para descobrir a Serra do Algarve. Caminhar possibilita a experiência única de conhecer Monchique pelos seus próprios sentidos: a natureza das montanhas e seus ribeiros, moinhos e cascatas, os sobreiros e castanheiros centenários; a cultura regional, sua música, especialidades gastronómicas, seu pão, presunto e enchidos, e os frutos, os doces e os bolos. Iremos igualmente …

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Ir a pé

Ir a pé

Hoje em dia, o espaço público é pensado em função dos automobilistas. No fundo, na maior parte das nossas cidades, já não é possível deslocar-mo-nos a pé. As cidades são construídas para os carros, e não para as pessoas. Em vez de conceptualizarem locais de convivência, os urbanistas constroem artérias de atravessamento, de acesso e periféricas. Na cidade, e até mesmo no campo, já não é dada importância às pessoas e ao espaço para a sua movimentação de forma natural, sacrificando-se também árvores centenárias. São abatidas. O asfalto tem sempre prioridade. A natureza é mero elemento decorativo. E por essa …

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