Integrado na Rede Convergir, o projecto ‘Há Festa no Campo!’ pretende assegurar o desenvolvimento local de Juncal do Campo, Freixial do Campo, Barbaído e Chão da Vã, quatro pequenas aldeias do distrito de Castelo Branco, através de propostas de dinamização cultural e social. Desenvolvido pela Associação EcoGerminar(1), em parceria com a Associação Terceira Pessoa(2), ETEPA(3) e União das Freguesias do Freixial e Juncal do Campo, este projecto conta com o financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian(4), no âmbito do Programa Partis – Práticas Artísticas para a Inclusão Social, tendo também contado com um apoio da Fundação EDP(5) no âmbito das Aldeias Artísticas. A duração projectada é de três anos, até 2016.
Segundo Marco Domingues, presidente da direcção da EcoGerminar e um dos responsáveis pelo projecto, “o ‘Há Festa no Campo’ consiste num processo de intervenção com três actividades fundamentais. Uma é as assembleias comunitárias. Outra, as oficinas de capacitação. E a última é a celebração. A assembleia comunitária é onde as pessoas participam e onde identificamos as oportunidades e trabalhamos a estratégia de desenvolvimento. As oficinas têm mais a ver com a dimensão de desenvolvimento de competências, e de aproveitamento das capacidades da população e dos recursos. E a celebração é o momento festivo, o que não significa que seja apenas de festival ou festa. Tudo isto gera um efeito cíclico, em que a assembleia comunitária, a capacitação e a celebração fazem com que as pessoas tenham um sentimento muito grande de pertença à comunidade onde vivem”.
Questionado sobre o sucesso do projecto até agora, Marco Domingues considera que tal assenta em vários factores como o facto de, neste momento, existir uma capacidade muito grande de mobilização da população e desta reinvidicar processos que há dois anos atrás não faria. “Isso para nós é um sucesso tremendo.”, acrescenta. Afirma ainda que actualmente nestas comunidades existe uma capacidade de criticar a sua realidade e apresentar propostas para combater aquilo que são os problemas locais, como o êxodo dos jovens e o envelhecimento da população, ou a ausência de políticas locais que assegurem o desenvolvimento das aldeias. Isto porque os seus habitantes apercebem-se das suas “competências e capacidades que podem estar ao serviço de toda a comunidade, na resolução dos problemas comuns”. Por tudo isto, Marco Domingues aponta que “neste momento há uma comunidade com uma visão muito diferente”, onde “uma boa parte possui um sentimento de esperança”. Mas reitera que este é um trabalho “sempre com a população. A lógica não é fazer alguma coisa para as pessoas, a lógica é ouvir e fazer com as pessoas”.
Integradas ou associadas ao ‘Há Festa no Campo!’ surgem iniciativas como o ‘Mercadinho do Camponês’ ou o ‘Jornal das Aldeias’, oficinas de Costura Criativa ou o festival ‘Aldeias Artísticas’(6), onde foram desenvolvidos diversos projectos de arte urbana nas quatro vilas, sendo todo este trabalho acompanhado pela produção de um documentário. Com tudo isto, tem-se cumprido outro dos propósitos do projecto: trazer pessoas de fora, que descobrem os espaços, apercebendo-se da sua dinâmica, mas que também contribuem para a valorização das comunidades com a sua participação nas actividades ou vivendo-as enquanto destinos de ecoturismo.
(1) www.ecogerminar.org
(2) www.terceirapessoa.pt
(3) www.etepa.pt
(4) www.gulbenkian.pt
(5) www.fundacaoedp.pt
(6) www.aldeiasartisticas.pt
Contactos:
Morada:
Juncal do campo – 6000-541 Juncal do Campo
lat: 39.91369 long: -7.56715
Nome: Marco Domingues
Email: ecogerminar@gmail.com • www.facebook.com/ecogerminar
www.hafestanocampo.pt | www.facebook.com/hafestanocampo
Telefones: (+351) 917 970 214
Fundado em: 01/01/2014
Desenvolvido por: Associação EcoGerminar
Tipo de projecto: Cultura e Educação
Disponibilidade para visitas: Sim
Número de membros envolvidos no projecto: 10
Projecto inserido em espaço: Rural
Universo de accção: 100 a 500 pessoas
Público alvo: Geral
Domínios de Interesse: Agricultura, Arte, Educação, Economia alternativa, Partilha de terra ou equipamentos, Desenvolvimento Local
Breve entrevista
ECO123: O ‘Há Festa no Campo’ é o único projecto da EcoGerminar enquadrável na Rede Convergir?
Marco Domingues: Não. Aliás, não só os projectos como os princípios de actuação da Associação EcoGerminar assentam totalmente naquilo que é a Rede Convergir. A EcoGerminar é uma associação de desenvolvimento local onde, neste momento, através de um conjunto de aldeias está a desenvolver várias iniciativas que pretendem apresentar as aldeias como espaços de oportunidade e de alternativa. O ‘Há Festa no Campo’ é apenas uma das iniciativas que estão a ser feitas.
E quantos associados tem?
Não são muitos. Há um conjunto de pessoas que se identifica com os princípios da EcoGerminar, torna-se associado e desenvolve alguma actividade. Ou seja, a maior parte dos associados são activos. Estas pessoas apoderam-se dos recursos da EcoGerminar para desenvolverem algo em que acreditam, tendo em conta os nossos princípios e missão: promoção de uma economia solidária, de estratégias de desenvolvimento local, de educação alternativa e para o desenvolvimento.
A EcoGerminar defende o gerar valor do local para o global.
Esse, aliás, é o grande propósito. Eu acho que a EcoGerminar tem um sentido oposto à maioria das outras associações: há associações que nascem de pequenas iniciativas e que querem se expandir. A ideia da EcoGerminar não é a de desperdiçar energias numa grande expansão, mas sim focalizar em experiências locais. Assim, a ideia é concentrar a energia em experiências concretas, consolidar uma estratégia de desenvolvimento local. Isto tem que ver com iniciativas de ecoturismo, de turismo social, culturais e artísticas.